O que é o termo PCD?

O QUE É?

O termo PCD significa “pessoa com deficiência”. Mas o que é uma pessoa com deficiência? Para entender isso, é preciso entender o que é uma deficiência. Uma deficiência é uma característica interna ou externa de uma pessoa. Essa característica torna a PCD diferente da maioria das pessoas. Essa diferença pode ser física, mental, intelectual ou sensorial, e pode dificultar muito ou pouco viver com outras pessoas em sociedade ou ainda realizar algumas atividades.

No entanto, é muito importante entender que essa diferença, ou seja, ser deficiente, não significa automaticamente que essas pessoas precisem de tratamento diferente. Existe uma grande quantidade de deficiências, e cerca de 1 bilhão de PCDs no mundo[1]. Cada uma delas vive de forma diferente, e assim, deve ser tratada de forma especial pelas outras pessoas e pelo Estado. Mas existe uma diferença em ser tratado de forma especial e de forma preconceituosa. Para garantir que isso não ocorra, existem os direitos das PCDs, que hoje, têm regulação pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, criado em 2015.

A definição de PCD, neste Estatuto, está escrita no seu Art. 2º: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Mas, sabia que nem sempre foi utilizado este termo para se referir às pessoas com deficiência?

MAS ENTÃO O QUE HAVIA ANTES?

Antes de se chamar de PCD as pessoas com deficiência, outros termos eram utilizados, mas havia problemas com eles.

Usavam o termo PNE, que significa “pessoa com necessidades especiais”. Esse termo é ofensivo, porque ao dizer que uma pessoa com deficiência é sempre uma pessoa com necessidades especiais, você elimina as demais habilidades dela, que muitas vezes, compensam as dificuldades que podem ter devido a sua deficiência. Grande parte das pessoas com deficiência são tão independentes quanto as que não têm deficiência alguma.

Outro termo usado é PPD, que significa “pessoa portadora de deficiência”. Falar que alguém é “portador” significa que ele(a) pode abrir mão daquela deficiência, ou seja, não ter mais ela. Isso não ocorre! Então, chamar uma pessoa com deficiência de portadora de deficiência tira uma característica dela e transforma em algo que ela tem, e que pode não ter em determinado momento, o que não é verdade.

Uma importante informação, que influenciou a pensar sobre os termos, foi a mudança de como a deficiência era vista e estudada. Hoje, tem-se o que é chamado de modelo biopsicossocial, que é a utilização de elementos da biologia do indivíduo, do seu psicológico e mais importante, da sociedade para determinar uma pessoa com deficiência. Isso é o mesmo que dizer que a sociedade deve se adaptar às deficiências, não o contrário. O que mostra uma grande necessidade de políticas públicas para com esse grupo. Antes, o que havia era o modelo biomédico, que via a pessoa com deficiência como alguém com um problema patológico, alguém doente, que tinha um problema a ser tratado individualmente, e, como explicado antes, não é esse o caso. 

QUAL A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA?

Usar o termo certo, para chamar seu amigo com deficiência, ou ainda, para falar dele para outra pessoa, é muito importante, porque ainda vivemos em um mundo preconceituoso. Usar as palavras certas aumenta a inclusão!

Muitas PDCs são tratados diferente como se não tivessem sentimentos, sonhos e talentos como todas as pessoas do mundo. São tratadas diferente, por terem características diferentes. Muitos sofrem com piadinhas ou comentários maldosos, tirando sarro de suas características e dificuldades.

Um exemplo de como ações preconceituosas podem machucar é o filme “Extraordinário”. Ele conta a história de Auggie, um garotinho com deficiência. Ele nasceu com vários problemas de saúde e teve que fazer várias cirurgias no rosto, o que o deixou com uma aparência bem diferente. Ele sofre com isso, porque alguns colegas de sala fazem ele sofrer. Ele é super inteligente, simpático e legal, e as pessoas que não deixam os preconceitos ficarem no caminho descobrem isso!

[1] https://news.un.org/pt/story/2018/12/1649881