O que é capacitismo?
- Gabriella Santos Soria de Souza Pinto
- 4 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

Vivemos em uma sociedade plural. Isso quer dizer que por todo o mundo temos pessoas que são diferentes umas das outras. Elas podem ser diferentes por suas alturas, seus cabelos, sua cor de pele, e também por ser ou não uma pessoa com deficiência. Nenhuma dessas características é melhor ou pior do que a outra, elas são apenas diferentes. Isso significa que não se deve supor que ninguém é mais ou menos capaz, ou seja, que não consiga fazer as coisas sozinhas. Nunca se deve ser capacitista.
O capacitismo é a suposição de que uma pessoa com deficiência (PDC) é incapaz, ou seja, que não consegue fazer as mais diversas coisas, apenas por ser PCD. Isso gera a reprodução do estereótipo, do preconceito para com essas pessoas, tornando a vida delas muito menosprezadas em suas habilidades e capacidades.
Sendo assim, o capacitismo é nada mais nada menos que a discriminação de pessoas com deficiência.
Apesar de vivermos em uma sociedade plural, ou seja, cheia de pessoas diferentes, essa mesma sociedade tem uma estrutura de imagem construída. Isso é, um corpo padrão, que é denominado como “normal”, sem deficiências. Por conta disso, quem as tem é subestimado em talentos, virtudes e aptidões.
Isso não acontece somente com quem é uma pessoa com deficiência física, mas também com quem é pessoa com deficiência mental ou sensorial. O capacitismo torna aquela característica algo que vai diminuir a pessoa. Comentários que surgem e são problemáticos, por exemplo são: “Nossa mesmo com autismo você é tão linda”, “Você conseguiu jogar essa bola na cesta mesmo estando nessa cadeira de rodas!” “Tão inteligente, pena que é cega!”, “Você é um exemplo de superação, nem parece que tem deficiência!”
Entende por que isso é um problema?
As pessoas capacitistas, muitas vezes sem nem perceber, condicionam tudo aquilo que é “bom”, por exemplo, ser bonita, ser inteligente, ser boa em esportes, entre outros, a ser “normal”. Quando na verdade, não existe um “normal”, pois cada pessoa é diferente. Assim, esses comentários, disfarçados de elogios, na verdade acabam insinuando que há algo que diminui aquela pessoa PCD, e é impressionante ela ser qualquer coisa boa para de uma de suas características.
Além disso, é importante dizer, que há expressões capacitistas, que são usadas no dia a dia, mesmo não sendo direcionadas a um PCD. Elas são, por exemplo: “Não temos pernas suficientes para terminar esse projeto!”, “Essa menina está dando uma de João sem braço!”, “A desculpa do aleijado é a muleta!”, “Como ele é mongoloide!”, “O pior cego é aquele que não quer ver!”.
Mesmo não sendo ditas na maioria das vezes às pessoas com deficiência, elas são frases prejudiciais. Elas ajudam a manter uma construção social de que há falta de habilidades ou capacidades nas pessoas com deficiência, ou seja, que somente quem é “normal” é dedicado, talentoso, capaz.
Não ser capacitista é simples! Não encare pessoas com deficiências, não faça perguntas íntimas quando não tem intimidade, não ria de piadas capacitistas, não use termos e expressões capacitistas, não trate como criança adultos com deficiência e por último, respeite os espaços das pessoas com deficiência!
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