Estrangeira
- Isabella Cambi
- 6 de out. de 2024
- 2 min de leitura

I
“I am old,
Yet your voice whispers
Softly in the night
I am getting old,
Yet my soul dreams
Of you in the daylight
What is youth?
I once sought the answer,
Yet found it
In the warmth of your sigh
I am old,
And you're keeping me alive”
II
Memórias surradas tocam o peito
A momentânea ausência alheia mata
E então, chega você, tudo está feito
Silêncio, somos perfeita sonata
Valsamos, e a noite nos ilumina
A lua, contemplando, açucarada
A graça da ignorância, minha sina,
Permeia uma cisão profetizada
Invadindo, de repente, o dia
A juventude se esvai, lentamente
E a realidade me toca, fria
O nome sussurrado em brasileiro
No passado corriqueiro de nós
‘'Adeus! Meu coração é estrangeiro’’
III
De manhã, carros fumaçam a rua
Vendedores gritam seu pão de cada …
Mas o som que ainda fica: a voz, a sua
Contemplo a vida e vou, dedegrau-escada
Marechal, Santa Cecília, República
Trabalho, almoço, você, nós. Oh Não!
Lucro, empresa, reunião, parpública
Pelo amor, hoje tudo é distração
República, Santa Cecília, bar
Samba, jazz e a cara de muitos copos
Logo eu, mulher feita, a me desabar
Contudo, já é nove horas e anoitece
A obrigação me impede de ficar
Já em casa, o poema inglês permanece
IV
Aberta, fica, a maldita gaveta
Seus sonhos de uma noite de verão
Fez-se simples assim, conto-poeta
Você ''hello'', e eu toda concessão
Resta deste momento, agonia
E um poema malemá, obra tão sua
Quem dera viesse uma ventania
Diria eu ao papel-memória: flutua!
Iriam aneis, ficariam dedos
O calmo silêncio me invadiria
Bye-bye afeição e todos os seus medos
Mas o vento se recusa a chegar…
Resto presa na mediocridade
De uma noite estrangeira, ‘'so so afar’’
Comentários